Acádia (América)
colônia da Nova França no nordeste da América do Norte / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Acádia (em francês Acadie) é uma região cultural e histórica do nordeste americano que compreende, no seu sentido mais estrito, o norte e leste da província canadiana de Nova Brunswick, algumas localidades da Ilha do Príncipe Eduardo e da Nova Escócia e, esporadicamente, a província da Terra Nova e Labrador. Outras definições fazem alusão à francofonia americana, incluindo a Luisiana (também referida como Acadiana, lar dos cadianos ou cajuns, como ficaram conhecidos após a repopulação daquele estado) e a diáspora no Quebeque e Maine.
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Símbolos | |||
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Localização | |||
País | Canadá | ||
Províncias | Ilha do Príncipe Eduardo Novo Brunswick Nova Escócia Terra Nova e Labrador | ||
História | |||
Fundação | 1604 |
Em termos históricos, integrou a Nova França após a sua fundação em 1604 e incluía partes do leste do Quebeque, as Províncias marítimas do Canadá e o território atual do Maine até ao rio Kennebec.[1] Durante grande parte dos séculos XVII e XVIII, Norridgewock e Castine (nos rios Kennebec e Penobscot, respetivamente) constituíram os limites mais a sul da região.[2][3][4][5] A atual definição pelo governo francês faz referência aos territórios na costa atlântica sensivelmente entre o 40.º e o 46.º paralelo. Foi depois dividida entre as colónias britânicas que se transformaram nas atuais províncias canadianas e estados americanos.
Colonizada inicialmente por indivíduos originários do oeste da França, em território habitado pelos ameríndios (Confederação Wabanaki), a miscigenação entre as duas culturas resultou no estabelecimento de população substancial de origem mestiça — métis.
A sua primeira capital foi Port Royal, estabelecida em 1605 e mais tarde destruída pelas forças militares britânicas em 1613. Foi depois reconstruída nas redondezas, mantendo o seu estatuto até ao cerco de 1710. Nos 74 anos seguintes originaram-se seis guerras coloniais nas quais os interesses ingleses e posteriormente britânicos levaram às sucessivas tentativas de conquista, iniciada com a Guerra do Rei Guilherme em 1688 e que se deu formalmente em 1713. O território do Novo Brunswick e grande parte do Maine permaneceram em disputa entre as duas coroas. A Ilha do Príncipe Eduardo (Île Saint-Jean) e o Cabo Bretão (Île Royale) permaneceram sob autoridade francesa graças ao artigo XIII do Tratado de Utreque.[6] A região do Maine foi perdida depois das derritas militares sobre a Confederação Wabanaki e dos sacerdotes franceses, o que deu origem à Guerra do Padre Rale. No decurso do reinado de Jorge II tanto a França como a Nova França empreenderam esforços significativos para recuperar os territórios da Nova Escócia. Na Guerra do Padre Le Loutre, Nova Brunswick foi transferida para a administração britânica. Finalmente, em 1758, na Guerra Franco-Indígena, tanto a Île Royale como a Île Saint-Jean caíram para as mãos dos britânicos, pondo fim ao controle francês na região. Por esta altura, as revoltas dos acadianos levam à sua deportação forçada, primeiro para as Treze Colónias e Luisiana, depois para a Europa, entre 1755 e 1763.
Atualmente, a cultura acadiana (com claras diferenças da cultura quebequense, sendo o francês acadiano um dialeto substancialmente diferente do francês) ainda sobrevive, tendo uma forte presença na província canadense de Nova Brunswick (única província canadense em que ambos inglês e francês são línguas oficiais) e na Nova Escócia, com menores comunidades espalhadas pela Pennsilvânia, Vermont, Ilha do Príncipe Eduardo, Terra Nova e Labrador, Louisiana e Maryland.