Pintura na Rússia
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A pintura na Rússia tem uma história demarcada por cinco fases bem distintas. Apesar de haver registros de que existia uma tradição de pintura religiosa entre os povos eslavos pré-cristãos, não sobrevive qualquer exemplo.[1] Assim, deve-se estudar a pintura russa a partir da cristianização da Rússia de Quieve, ocorrida em torno de 860, quando o intercâmbio cultural com o Império Bizantino levou para lá a tradição da pintura de ícones. Essa tradição, toda religiosa, constitui o principal gênero de pintura realizado na Rússia em todos os tempos, já que permanece vivo até hoje e sua história já conta com mais de mil anos de prática ininterrupta, salvo um breve eclipse em meados do século XX. Seria a forma pictórica mais prestigiada até a ocidentalização do país no século XVIII por Pedro, o Grande, quando em menos de meio século formou-se uma escola de pintura toda nova, de caráter profano, correlacionada ao fim do Barroco que se desenvolvia no resto da Europa e que depois, integrando-se à evolução geral da arte européia, assimilando uma variedade de novas tendências, confluiria em meados do século XIX numa nova escola nacional.
A pintura russa teria um outro momento de destaque e daria uma importante contribuição própria à arte do ocidente por ocasião da emergência das vanguardas no início do século XX, quando pintores como Kandinsky e Malevich seriam os precursores do Abstracionismo. Quando a Rússia aboliu sua monarquia houve nova ruptura; cerca de uma década após a Revolução de 1917 as vanguardas foram proscritas e os pintores foram obrigados pelo Estado a seguir uma estética figurativa populista, originando o estilo conhecido como Realismo Socialista, que só perderia força com a progressiva liberalização do regime político local no fim do século XX. Então um grupo de artistas do underground iniciou um movimento de contestação das fórmulas da arte oficial e introduziria conceitos contemporâneos na pintura russa, diversificando enormemente seus horizontes e abrindo outra vez a arte local para o mundo.