Relações sino-romanas
Relações sino-românicas são referidas no contato indireto entre o Império Romano posteriormente e Império Romano do ocidente e a Dinastia Han da china e dinastias subsequentes pela dificuldade de contato e informações precisas entre ambos os lados / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Relações sino-românicas referem-se ao contato principalmente indireto, ao fluxo de mercadorias e informações e aos ocasionais viajantes entre o Império Romano e a dinastia Han da China, assim como entre o posterior Império Romano do Oriente e as dinastias chinesas subsequentes. Ambos os impérios dominavam as extremidades do continente eurasiático e, devido às suas fortes políticas expansionistas, aumentaram progressivamente seus domínios em direção ao centro do continente, com as incursões militares romanas no Antigo Oriente Próximo e as conquistas chinesas na Ásia Central. Contudo, impérios intermediários como o Parta e o Cuchana, com objetivo de reterem o controle sobre o lucrativo comércio de seda, impediam contatos comerciais mais diretos entre as duas potências. A consciência mútua de ambas nações permaneceu baixa e informações precisas eram limitadas.
Os registros indicam algumas poucas tentativas de contato direto. A primeira menção nos textos romanos refere-se a um comentário de passagem sobre um suposto enviado chinês a Augusto, que lhe trouxe presentes; os acadêmicos acreditam que se trata apenas da visita não-oficial de um comerciante. No ano de 97, o general chinês Ban Chao tentou enviar seu enviado Gan Ying a Roma, mas esse foi dissuadido pelos partas de se aventurar além do Golfo Pérsico. Vários alegados emissários romanos à China foram registrados pelos antigos historiadores chineses. O primeiro mencionado chegou em 166, vindo ou do imperador Antonino Pio ou de seu filho adotivo Marco Aurélio. Outros foram assinalados em 226 e 284, com um longo intervalo até a primeira missão bizantina em 643. A troca indireta de mercadorias ao longo da Rota da Seda por terra e o comércio pelas vias marítimas incluíam principalmente seda chinesa, vidraçaria romana e tecidos de alta qualidade. Moedas romanas cunhadas a partir do século I foram encontradas, além de vidros e prataria descobertos em sítios arqueológicos datados do período Han.
Nas fontes clássicas, o problema de identificação de termos relacionados à antiga China é exacerbado pela interpretação do termo latino Seres, o povo da seda, cujo significado é impreciso, podendo se referir a diferentes povos asiáticos. Nos registros chineses, o Império Romano era conhecido como "Daqin" ou Grande Qin. Tal termo foi diretamente associado ao posterior "Fulin" (拂菻) nas fontes chinesas, o qual acadêmicos como Friedrich Hirth identificaram como o Império Bizantino. A chegada de várias embaixadas de Fulin foram registradas nas fontes chinesas durante a dinastia Tang, as quais também mencionam o primeiro cerco árabe de Constantinopla, pelas forças de Moáuia I em 674–678.
Tratando-se de geografia, geógrafos romanos como Ptolomeu traçaram mapas aproximados do Oceano Índico oriental, incluindo a Península da Malásia e o Golfo da Tailândia, além do Mar da China Meridional. Os geógrafos antigos da China também demonstraram possuir um conhecimento superficial do Sudoeste Asiático e as províncias romanas orientais. O historiador bizantino do século VII Teofilato Simocata escreveu sobre a reunificação da China setentrional e austral sob a dinastia Sui, ainda que as tratando como nações distintas que estavam em guerra.