São Paulo
maior cidade do Brasil e capital do estado de São Paulo / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
São Paulo (pronuncia-se AFI: /sɐ̃w̃ ˈpawlu/ ouça) é um município brasileiro, capital do estado homônimo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina.[8] É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul, e a quinta mais populosa do mundo, enquanto sua região metropolitana, com cerca de 21 milhões de habitantes, é a sétima maior aglomeração urbana do planeta.[9][10] São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo, em 2016, a 11.ª cidade mais globalizada do planeta,[8] recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).[11] O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é Non ducor, duco, frase latina que significa "Não sou conduzido, conduzo".[12]
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Non dvcor dvco "Não sou conduzido, conduzo" | ||
Gentílico | paulistano | ||
Localização | |||
Localização de São Paulo em São Paulo | |||
Localização de São Paulo no Brasil | |||
Mapa de São Paulo | |||
Coordenadas | 23° 33' 01" S 46° 38' 02" O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Região metropolitana | São Paulo | ||
Municípios limítrofes | |||
Distância até a capital | 1 015 km[1] | ||
História | |||
Fundação | 25 de janeiro de 1554 (470 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | |||
Prefeito(a) | Ricardo Nunes (MDB, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [3] | 1 521,202 km² | ||
• Área urbana IBGE/2019[4] | 914,5644 km² | ||
População total (Censo de 2022) [3] | 11 451 999 hab. | ||
• Posição | BR: 1º | ||
Densidade | 7 528,3 hab./km² | ||
Clima | Subtropical úmido (Cfa)[5] | ||
Altitude | 772 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[6]) | 0,805 — muito alto | ||
• Posição | SP: 14° | ||
PIB (IBGE/2021[7]) | R$ 828 980 607,731 mil | ||
• Posição | BR: 1º | ||
PIB per capita (IBGE/2021[7]) | R$ 66 872,84 | ||
Sítio | capital.sp.gov.br (Prefeitura) saopaulo.sp.leg.br (Câmara) |
Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce forte influência nacional e importância internacional sobre a arte, cultura, ciência, economia, educação, finanças, gastronomia, mídia, moda, política, tecnologia e turismo.[13] Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, a São Paulo Fashion Week e a Parada do Orgulho LGBT.
A metrópole possui o 17.º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 9,2% de todo o PIB brasileiro, 34% do PIB do estado, bem como 36% de toda a sua produção de bens e serviços, além de ser sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil.[14] É, ainda, responsável por 35% de toda a produção científica nacional,[15] e por mais de 40% das patentes produzidas no país,[16] sendo uma das maiores produtoras para a ciência de alto impacto mundial.[15] A cidade também é a sede da B3 (sigla de Brasil, Bolsa, Balcão), a 5.ª maior bolsa de valores do mundo em capitalização de mercado (dados de 2017), resultado da fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), possuindo o maior número de empresas no Global 500, da Fortune.[17] São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios Platina 220, Figueira Altos do Tatuapé, Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, Torre Norte, entre outros.
A capital paulista também possui um caráter cosmopolita, dado que, em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes.[18] Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado Complexo Metropolitano Expandido — chegava a 33 milhões de habitantes em 2017 (cerca de 75% da população do estado[19] e 12% da população do país) formando a primeira megalópole do hemisfério sul,[20] responsável pela produção de 80% do PIB paulista e de quase 30% do PIB brasileiro.[21] É frequentemente listada como uma das melhores cidades do mundo de acordo com relatório "The World’s Best Cities" e diversas publicações internacionais.[13]
Primeiros povos
A área onde está situada a Grande São Paulo era habitada principalmente pela tribo indígena dos guaianás no período pré-cabralino, povo que também dominava a região do atual Vale do Ribeira.[22] Os índios guaianás eram caçadores-coletores nômades. Eles não habitavam em ocas e tinham o hábito de viver em covas forradas com peles de animais e ramas. No início do século XIX, esse povo indígena estava extinto.[23]
Fundação
A povoação de São Paulo dos Campos de Piratininga (topônimo indígena que significa “peixe seco” ou "peixe a secar", após a cheia do rio),[25] por sua vez, surgiu em 25 de janeiro de 1554 com a construção de um colégio jesuíta (atual Pátio do Colégio) por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí.[26] Tal colégio, que funcionava num barracão feito de taipa de pilão, tinha por finalidade a catequese dos índios que viviam na região do Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de "Serra de Paranapiacaba".[27] O nome São Paulo foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, mesmo dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme disse o padre José de Anchieta em carta à Companhia de Jesus: "A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!".[28]
O povoamento da região do Pátio do Colégio teve início em 1560, quando, na visita de Mem de Sá, governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente, este ordenou a transferência da população da vila de Santo André da Borda do Campo, fundada em 1553 por João Ramalho e situada no caminho do mar (atual região do ABC paulista),[29][30] para os arredores do colégio, denominado "Colégio de São Paulo de Piratininga", local alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma grande várzea, a Várzea do Carmo, por um lado e, pelo outro lado, por outra baixada, o Vale do Anhangabaú), para melhor se proteger dos ataques dos índios.[26][31]
Em 1562, no entanto, incomodados com a aliança entre tupiniquins e portugueses, os índios tupinambás, unidos na Confederação dos Tamoios, lançam uma série de ataques contra a vila em 9 de julho, no episódio conhecido como Cerco de Piratininga. A defesa organizada por Tibiriçá e João Ramalho obriga os indígenas a recuarem em 10 de julho do mesmo ano.[32] Ainda em 1590, com a iminência de um novo ataque a cidade novamente se prepara com obras de defesa. Na virada do século XVII, os ataques de indígenas diminuem e se consolida o povoamento, nas palavras de Alcântara Machado: "Afinal, com o recuo, a submissão e o extermínio do gentio vizinho, mais folgada se torna a condição dos paulistanos e começa o aproveitamento regular do chão".[33]
Capital de capitania
São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia, o litoral, e se mantinha por meio de lavouras de subsistência. São Paulo foi, por muito tempo, a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta.[34] Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São Vicente, proibira o uso do "Caminho do Piraiquê" (hoje Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos índios.[26]
No século XVII, homens que trabalhavam na região sudeste com a exploração de minérios, escravização de indígenas e captura de escravos fugitivo, que em sua época eram conhecidos como "paulistas" ou "sertanistas",[35] foram os responsáveis pelo início das expedições das bandeiras, que geralmente partiam da cidade de São Paulo seguindo o curso dos rios, criando trilhas e pontos de apoio que depois se transformariam em cidades. Essas explorações, que acabaram por ampliar o território da colônia do Estado do Brasil, tinham como principal objetivo a captura de indígenas para a escravidão através de ataques à aldeias e missões jesuíticas. Os principais "bandeirantes", como esses homens ficaram conhecidos posteriormente, foram Fernão Dias Pais, Manuel de Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto e Manuel Preto.[36]
Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passou a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital foi instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos.[37]
Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na América, em São Paulo teve início a atividade dos bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam, também, em busca de ouro e de diamantes. A descoberta do ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez com que as atenções do reino se voltassem para São Paulo.[38]
Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, quando foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de São Paulo e a Capitania de Santo Amaro de seus antigos donatários. Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade. Logo em seguida, por volta de 1720, foi encontrado ouro, pelos bandeirantes, nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas.[39]
Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve início o ciclo econômico paulista da cana-de-açúcar, que se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo. Pela cidade de São Paulo, era escoada a produção açucareira para o Porto de Santos. Nessa época, foi construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e o litoral: a Calçada do Lorena.[40]
Período imperial
Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em 1823. Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de estudantes e professores, graças ao qual, a cidade passa a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga.[41][42]
Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão da produção do café, inicialmente na região do Vale do Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante, São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga o interior da província de São Paulo ao porto de Santos, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.[42]
Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias que ligam o interior do estado à capital, São Paulo. São Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e exportação de café permite à cidade e à província de São Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande crescimento econômico e populacional.[42]
De meados desse século até o seu final, foi o período que a província começou a receber uma grande quantidade de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos se fixaram na capital, e as primeiras indústrias começaram a se instalar.[42]
República Velha
Com o fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também auxiliado pela política do café com leite e pela grande imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o grande número de imigrantes na capital paulista, Cornélio Pires recolheu, em seu livro "Sambas e Cateretês", uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que descreve a impressão que o homem do interior tinha da capital paulista:"!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo: que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro!".[43][44]
Durante a República Velha (1889–1930), São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando e chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período, relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua população. O auge do período do café é representado pela construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício) no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900, onde se construíram muitas mansões.[44] O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro Novo. A sede do governo paulista é transferida, no início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos Elísios.[44]
São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte moderna que foi um marco na história da arte no Brasil. Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o edifício Martinelli.[44] As modificações realizadas na cidade por Antônio da Silva Prado, o Barão de Duprat e Washington Luís, que governaram de 1899 a 1919, contribuíram para o clima de desenvolvimento da cidade; alguns estudiosos consideram que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período.[45]
Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. A partir da década de 1920 com a retificação do curso de rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que surgisse na zona oeste de São Paulo, loteamentos de alto padrão conhecidos hoje como a "Região dos Jardins".[44][46]
Também no início da década de 1920 ocorreu a Revolta Paulista de 1924, conflito armado travado nos bairros operários próximos ao centro da cidade de São Paulo e que durou 23 dias, de 5 a 28 de julho, deixando centenas de mortos e milhares de feridos. O confronto entre as tropas federais do presidente Artur Bernardes e parte do Exército Brasileiro, foi classificado pelo governo federal como uma conspiração, motim e "revolta contra a Pátria, sem fundamento, encabeçada por membros desordeiros do Exército Brasileiro".[47]
Entre os motivos que desencadearam a revolta, estavam a crise econômica brasileira, com a queda nas exportações depois da Primeira Guerra Mundial e a crise política, com a insatisfação de alguns grupos políticos com a concentração de poder entre representantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Esses grupos formaram o movimento Reação Republicana, que pedia a proteção para todos os produtos brasileiros, não somente para o café, como era usual. O movimento apoiou o carioca Nilo Peçanha nas eleições de 1922, vencidas por Arthur Bernardes, natural de Minas Gerais. Alguns militares se opuseram a que ele assumisse a presidência, o que iniciou as desavenças entre parte das Forças Armadas e o Governo Federal, que culminaram com a revolta de 1924.[47]
No final da década mais precisamente entre os anos de 1928 e 1933 foram elaboradas plantas cadastrais do município por uso da aerofotogrametria em escala 1:5 000 e 1:1 000, sendo este o primeiro executado no Brasil e um dos primeiros do mundo, com isso o município de São Paulo ganhava um grande detalhamento de seu território por meio da execução rápida quando comparado com levantamentos topográficos, método anteriormente utilizado.[48]
Revolução de 1932 à contemporaneidade
Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a população se engaja na guerra contra o "Governo Provisório" de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de outras, é fundada a Universidade de São Paulo (USP), hoje a maior do Brasil.[49][50]
O primeiro grande projeto para a instalação industrial na cidade foi o complexo industrial das indústrias Matarazzo na Barra Funda, na avenida Francisco Matarazzo, que aos poucos se expandia na cidade. Na década de 1930, os irmãos Jafet, atuando no ramo de tecidos, Rodolfo Crespi, os irmãos Puglisi Carbone e a família Klabin, que fundaria a primeira grande indústria de celulose do Brasil, a Klabin.[51] Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década de 1930 e às restrições ao comércio internacional durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento econômico muito elevada que se manteve elevada no pós-guerra.[52]
Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada: a Via Anchieta (construída sobre o antigo traçado do Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era conhecida como A cidade que não pode parar e como A cidade que mais cresce no mundo.[52] São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do "Quarto Centenário" de fundação da cidade. É inaugurado o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de 1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica localizado no centro histórico (na região chamada de "Triângulo Histórico"), para a Avenida Paulista, as suas mansões foram, na sua maioria, substituídas por grandes edifícios.[52]
No período da década de 1930 até a década de 1960, os grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador do estado de São Paulo Ademar de Barros, o qual também foi prefeito de São Paulo entre 1957 e 1961. Prestes Maia projetou e implantou, na década de 1930, o "Plano de Avenidas para a Cidade de São Paulo", que revolucionou o trânsito de São Paulo.[53] Estes dois governantes são os responsáveis, também, pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano de Avenidas, e que mudaram São Paulo: a retificação do rio Tietê com a construção de suas marginais e do Metrô de São Paulo: em 13 de fevereiro de 1963, o Barros e Maia criaram as comissões (estadual e municipal) de estudos para a elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e destinaram ao Metrô suas primeiras verbas.[54]
No início dos anos 1960, São Paulo já somava quatro milhões de habitantes. Iniciado a sua construção em 1968, na gestão do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô paulistano começou a operar comercialmente em 14 de setembro de 1974 e em 2016 contava com uma rede de 71,5 km de extensão e 64 estações distribuídas por cinco linhas. Naquele ano, foram transportados pelo sistema 1,1 bilhão de passageiros.[55]
No final do século XX e início do século XXI, São Paulo se tornou o principal centro financeiro da América do Sul[8] e uma das cidades mais populosas do mundo.[9] Como a cidade brasileira mais influente no cenário global,[8] São Paulo é atualmente classificada como uma cidade global alfa.[11] A metrópole possui o 23.º maior PIB do mundo,[56] representando, isoladamente, 9,2% de todo o PIB brasileiro e 34% do PIB do estado em 2018,[57] sendo ainda responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005.[58]