Europa
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A Europa é, por convenção, um dos seis continentes do mundo. Compreendendo a península ocidental da Eurásia, a Europa geralmente divide-se da Ásia a leste pela divisória de águas dos montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, o Cáucaso,[1] e o mar Negro a sudeste.[2] A Europa é limitada pelo oceano Glacial Ártico e outros corpos de água no norte, pelo oceano Atlântico a oeste, pelo mar Mediterrâneo ao sul, e pelo mar Negro e por vias navegáveis interligadas ao sudeste. No entanto, as fronteiras para a Europa, um conceito que remonta à Antiguidade clássica, são um tanto arbitrárias, visto que o termo "Europa" pode referir-se a uma distinção cultural e política ou geográfica.
Europa | |
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Localização da Europa no globo terrestre. | |
Gentílico | Europeu |
Vizinhos | Ásia, África |
Divisões | |
- Países | 50 (lista) |
- Dependências | 8 |
Área | |
- Total | 10 180 000 km² |
- Maior país | Rússia |
- Menor país | Vaticano |
Extremos de elevação | |
- Ponto mais alto | Monte Elbrus (5 642 m nmm), Rússia |
- Ponto mais baixo | Mar Cáspio (-28 m nmm), Rússia |
População | |
- Total | 741 447 158 habitantes |
- Densidade | 72,9 hab./km² |
Idiomas | Línguas europeias |
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A Europa é o segundo menor continente em superfície do mundo, cobrindo cerca de 10 180 000 km² ou 2% da superfície da Terra e cerca de 6,8% da área acima do nível do mar. Dos cerca de 50 países da Europa, a Rússia é o maior tanto em área quanto em população (sendo que a Rússia se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) e o Vaticano é o menor. A Europa é o quarto continente mais populoso do mundo, após a Ásia, a África e a(s) América(s), com 740 milhões de habitantes em 2015, cerca de 11% da população mundial naquele ano,[3] isto é, a cada 100 pessoas no mundo neste período, 11 viviam no continente. No entanto, de acordo com a Organização das Nações Unidas (estimativa média), o peso europeu pode cair para cerca de 7% em 2050.[4] Em 1900, por exemplo, a população europeia representava 25% da população mundial (ou seja, a cada 4 habitantes do mundo naquele ano, 1 vivia dentro dos limites do continente).[5]
A Europa, nomeadamente a Grécia Antiga, é considerada o berço da cultura ocidental.[6] Tendo desempenhado um papel preponderante na cena mundial a partir do século XVI, especialmente após o início do colonialismo. Entre os séculos XVI e XX, as nações europeias controlaram em vários momentos as Américas, a maior parte da África, a Oceânia e grande parte da Ásia. Ambas as guerras mundiais foram em grande parte centradas na Europa, sendo considerado como o principal fator para um declínio do domínio da Europa Ocidental na política e economia mundial a partir de meados do século XX, com os Estados Unidos e a União Soviética ganhando maior protagonismo.[7] Durante a Guerra Fria, a Europa estava dividida politicamente ao longo da Cortina de Ferro entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a oeste, e o Pacto de Varsóvia, a leste. A vontade de evitar outra guerra acelerou o processo de integração europeia e levou à formação do Conselho Europeu e da União Europeia na Europa Ocidental, os quais, desde a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética em 1991, têm vindo a expandir-se para o leste. A moeda da maior parte dos países da União Europeia, o euro, é mais comumente usada por europeus; O Acordo de Schengen aboliu controles de imigração fortes nas fronteiras de países membros da União Europeia. O hino à Alegria é o hino do Conselho Europeu e da União Europeia.
O uso do termo "Europa" desenvolveu-se gradualmente ao longo da história.[8][9] Na antiguidade, o historiador grego Heródoto provavelmente em referência a mapas de Hecateu de Mileto embora sem o nomear explicitamente, descreve o mundo como tendo sido dividido em três continentes, sendo eles a Europa, a Ásia e a Líbia (África), com o Nilo e o rio Fásis formando de suas fronteiras, embora também afirme que alguns consideravam o rio Don, em vez do Fásis, como a fronteira entre Europa e Ásia.[10] Flávio Josefo e o Livro dos Jubileus descrevem os continentes como as terras dadas por Noé aos seus três filhos, sendo a Europa definida entre as Colunas de Hércules no Estreito de Gibraltar, separando-a da África, e o rio Don, separando-o da Ásia.[11]
A definição cultural da Europa como terras da cristandade latina consolidou-se no século VIII, significando um novo local cultural criado através da confluência de tradições germânicas e da cultura cristã-latina, definidas em parte, em contraste com o Islão e Império Bizantino, e limitado a norte pela Ibéria (no Cáucaso), Ilhas Britânicas, França, Alemanha ocidental cristianizada, e as regiões alpinas do norte e no centro da Itália.[12] Esta divisão, tanto geográfica como cultural, foi utilizada até a Baixa Idade Média, quando foi desafiada pela Era dos descobrimentos.[13][14] O problema da redefinição da Europa, finalmente foi resolvido em 1730 quando, em vez de canais, o geógrafo e cartógrafo sueco von Strahlenberg propôs os Montes Urais como a fronteira mais importante do leste, uma sugestão que foi aceita na Rússia e em toda a Europa.[15]
A Europa está agora em geral, definida pelos geógrafos, como a península ocidental da Eurásia, com seus limites marcados por grandes massas de água para o norte, oeste e sul; limites da Europa para o Extremo Oriente são normalmente tomadas para os Urais, o rio Ural, e o Mar Cáspio, a sudeste, as montanhas do Cáucaso, o Mar Negro e nas vias que ligam o Mar Negro ao Mar Mediterrâneo.[16]
Às vezes, a palavra "Europa" é utilizada de forma geopoliticamente limitada[17] para se referir apenas à União Europeia ou, ainda mais exclusiva, a um núcleo cultural definido. Por outro lado, o Conselho da Europa tem 47 países membros, e apenas 28 estados-membros são parte da União Europeia.[18] Além disso, pessoas que vivem em áreas insulares, como a Irlanda, o Reino Unido, no Atlântico Norte e Mediterrâneo e ilhas também na Escandinávia podem rotineiramente se referir a parte "continental" ou ao "continente" da Europa ou simplesmente como "o continente".[19]
Mapa da Europa, mostrando as fronteiras geográficas mais utilizadas[20]
(legenda:
azul = países transcontinentais• verde = países historicamente europeus, mas fora das fronteiras europeias).
Na mitologia grega, Europa era uma princesa fenícia que Zeus sequestrou depois de assumir a forma de um touro branco deslumbrante. Ele a levou para a ilha de Creta, onde ela deu à luz Minos, Radamanto e Sarpedão. Para Homero, Europa (em grego: Εὐρώπη, Eurṓpē) era uma rainha mitológica de Creta e não uma designação geográfica. Mais tarde, o termo Europa foi usado para se referir ao centro-norte da Grécia, e em 500 a.C., seu significado foi estendido para as terras ao norte.
O nome Europa é de etimologia incerta.[21] Uma teoria sugere que a palavra é derivada do grego εὐρύς (eurus), que significa "largo, amplo"[22] e ὤψ/ὠπ-/ὀπτ- (ōps/ōp-/opt-) significa "olho, rosto, semblante",[23] portanto Eurṓpē seria algo como "ampla contemplação". Amplo era um epíteto da própria Terra na religião protoindo-europeia.[24] Outra teoria sugere que o termo é baseado em uma palavra semita como o mesmo significado do acadiano erebu, algo como "para ir para baixo, pôr-se" (cf. Ocidente),[25] um cognato do fenício ereb "noite; oeste" e do árabe do Magreb, do hebraico ma'ariv (ver Érebo, PIE *h1regʷos, "escuridão"). No entanto, M. L. West afirma que "fonologicamente, a correspondência entre o nome de Europa e qualquer forma da palavra semítica é muito pobre".[26]
As principais línguas do mundo usam palavras derivadas de "Europa" para se referir ao "continente" (península). O chinês, por exemplo, usa a palavra Ōuzhōu (歐洲); este termo também é usado para se referir à União Europeia nas relações diplomáticas em língua japonesa, apesar do termo katakana (ヨーロッパ, Yōroppa?) ser mais comumente usado. No entanto, em algumas línguas turcas, o nome originalmente persa Frangistan (terra dos francos) é usado casualmente para se referir à grande parte da Europa, além de nomes oficiais, como Avrupa ou Evropa.[27]