Ataques de 8 de janeiro em Brasília
invasão de edifícios governamentais por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2023 / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os ataques ou atos golpistas de 8 de janeiro de 2023,[13][14] também chamados de Intentona Bolsonarista[15] ou simplesmente de 8 de Janeiro, foram uma série de vandalismos, invasões e depredações do patrimônio público em Brasília cometidos por uma multidão de bolsonaristas extremistas[7] que invadiu edifícios do governo federal com o objetivo de instigar um golpe militar contra o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva para restabelecer Jair Bolsonaro como presidente do Brasil.
Ataques de 8 de janeiro em Brasília | |||||||||||||
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Parte de manifestações golpistas no Brasil após as eleições de 2022 | |||||||||||||
Extremistas bolsonaristas subindo a rampa do Palácio do Congresso Nacional durante o ataque Rota dos bolsonaristas do Quartel-General do Exército à Praça dos Três Poderes | |||||||||||||
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Participantes do conflito | |||||||||||||
Governo do Brasil | |||||||||||||
Líderes | |||||||||||||
Ana Priscila Silva de Azevedo Diego Ventura |
Luiz Inácio Lula da Silva Flávio Dino | ||||||||||||
Forças | |||||||||||||
mais de 40 pessoas feridas[10] mais de 1 400 presos[11] |
44 policiais militares feridos[12] |
Por volta das 13 horas, no horário de Brasília, cerca de 4 mil bolsonaristas radicais[8] saíram do Quartel-General do Exército e marcharam em direção à Praça dos Três Poderes,[16] entrando em conflito com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na Esplanada dos Ministérios. Antes das 15 horas, a multidão rompeu a barreira de segurança estabelecida por forças da ordem e ocupou a rampa e a laje de cobertura do Palácio do Congresso Nacional, enquanto parte do grupo conseguiu invadir e vandalizar o Congresso, o Palácio do Planalto e o Palácio do Supremo Tribunal Federal.[17] Lula e Bolsonaro não estavam em Brasília no momento das invasões. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que os acontecimentos foram atos de terrorismo.[18]
Cerca de 400 pessoas foram detidas no dia das invasões e outras 1,2 mil foram detidas no acampamento de manifestantes em frente ao QG do Exército no dia seguinte às depredações. Até março de 2023, 2 182 pessoas haviam sido presas por participarem ou terem envolvimento nos ataques.[19] Logo após os eventos, o governador Ibaneis Rocha exonerou o secretário de segurança pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que estava em Orlando, nos Estados Unidos, no dia das invasões.[20] Após os ataques, o presidente Lula assinou um decreto autorizando uma intervenção federal no Distrito Federal, que durou até o dia 31 de janeiro. Posteriormente, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o afastamento de Ibaneis pelo prazo inicial de 90 dias, decisão revogada em 15 de março.[21]
Representantes do governo criticaram o ocorrido e declararam que os responsáveis pelos atos violentos, bem como seus financiadores e instigadores, seriam identificados e punidos. Líderes de diversos partidos brasileiros e governantes de vários países também repudiaram a invasão e consideraram-na um grave atentado contra a democracia. Muitos analistas compararam o evento com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 por apoiadores de Donald Trump, que se recusava a aceitar a sua derrota nas eleições.[22][23] Outra comparação faz alusão à Intentona Integralista de 1938 pela semelhança das tentativas de golpe de Estado fracassadas por um grupo de extrema direita da época.[15] Diversos movimentos sociais convocaram a realização de atos de repúdio à invasão e em defesa da democracia,[24] se realizaram no dia 9 de janeiro em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Belo Horizonte e outras cidades, reunindo milhares de pessoas.[25]