La Bête
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La Bête ("O Bicho", em tradução livre do francês) é uma performance do coreógrafo brasileiro Wagner Schwartz. Realizada desde 2015, foi alvo de críticas nas redes sociais e por parte de movimentos de direita, como o Movimento Brasil Livre, por envolver a interação de uma criança com o corpo nu de um homem durante a apresentação de 26 de setembro de 2017 no Museu de Arte Moderna de São Paulo.[1] Quatro dias depois, o Ministério Público abriu um inquérito para investigar as denúncias feitas sobre a apresentação.
Wagner Schwartz teve a ideia para o espetáculo em Paris, onde se deparou com uma das esculturas organicamente articuladas da série Bichos de 1960 de Lygia Clark guardada numa caixa de acrílico e pensou que a obra havia perdido sua finalidade: ser manipulada pelo público. "Senti que, ali, o objeto havia perdido sua vitalidade. Olhando para ele, eu disse: 'Vou tirar você daí de dentro. Vou virar você'", declarou Schwartz.[2]
Em La Bête, o performer se apresenta nu e manipula a réplica de plástico de uma das esculturas dessa série, em seguida ele próprio se torna o "Bicho" e o público passa a voluntariamente manipular e articular seu corpo, o que, segundo Schwartz, cria uma forte dependência dos espectadores para a execução da obra, de forma que eles não só observam, mas também passam a fazer parte. "É o público que participa, que propõe aquilo que quer ver, experienciar. Nada além daquilo que estiver na cabeça da plateia".[2]