Locomotiva diesel-hidráulica
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Uma locomotiva diesel-hidráulica ou locomotiva hidráulica é um tipo de locomotiva que usa transmissão hidráulica para conduzir a força do motor primário a diesel para as rodas.
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Nesse tipo de locomotiva, a força é transmitida para as rodas por um mecanismo chamado conversor de torque. Um conversor de torque consiste de três partes principais: bomba, estator e turbina. A bomba é permanentemente conectada ao motor propriamente dito; o estator é a parte fixa, responsável por direcionar o fluxo do fluido; a turbina é a parte movida, permanentemente conectada à caixa de velocidades, por exemplo. Não existe contato entre a bomba e a turbina.
Para desenvolver velocidade e potência nas faixas requisitadas por uma locomotiva, algumas partes adicionais tem que ser colocadas. Um método é conjulgar uma caixa de câmbio ao conversor de torque, que troca de relações automaticamente, similar a um sistema de transmissão automática de automóveis. Outro método é prover vários conversores de torque, cada qual com uma faixa de potência, possibilitando abranger uma grande faixa de velocidades com potência. Todos os conversores de torque são permanentemente conectados, entretanto somente o necessário para o uso é ativado, cortando o fluxo de fluido do outro. A troca de um para o outro pode ser feita com carga aplicada sobre o sistema, tornando a troca muito suave.
Locomotivas diesel-hidráulicas são pouco mais eficientes que as diesel-elétricas. Entretanto, versões iniciais eram mais complicadas mecanicamente e tinham maior tendência a apresentar defeitos. Esse tipo de transmissão foi desenvolvida na Alemanha. Sua má reputação proveio da baixa confiabilidade da Maybach Mekydro, consistia de um conversor de torque associado a uma caixa de câmbio de quatro velocidades. Atualmente, soluções diferentes usando vários conversores de torque são utilizadas com sucesso pela Voith.
Em 2010, locomotivas diesel-hidráulicas são predominantes na Alemanha e Finlândia; no entanto, em países como Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e o Brasil, sistemas diesel-elétricos em DC e AC detêm quase todo mercado.
O sistema diesel-hidráulico possuí duas vantagens em relação ao diesel-elétrico. Primeiro, são mais leves para a mesma potência. Isso é uma vantagem em casos de ramais que suportam apenas pequenas cargas por eixo, como foi o caso da Alemanha por muitos anos, enquanto que as linhas principais, projetadas para grandes cargas, já haviam sido eletrificadas. O segundo fator é que a adesão é maior, significando maior esforço de tração em baixas velocidades e no arranque com mesmo peso aderente. Isso se deve ao fato de que uma máquina diesel-elétrica possuí um motor de tração por eixo, enquanto que na diesel-hidráulica todos os eixos são unidos por cardans e juntas universais, tornando a patinação individual impossível.
A diesel-hidráulica mais famosa de todos os tempos é a DB classe V200, construída em 1953, com um número total de 136 unidades. A Finlândia atualmente opera mais de 200 Classe VR, com transmissão Voith, que vem sendo usadas desde a década de 1960, e permanecem em perfeito estado de conservação.
O grande sucesso das máquinas alemãs levou ferrovias pelo mundo a adquirirem máquinas diesel-hidráulicas alemãs, ou construirem sob licença de projetos alemães. Entretanto quase que invariavelmente essas máquinas não obtiveram o sucesso esperado, devido em parte a falta de preparo do staff, falta de peças de reposição a um custo competitivo, demora na importação de peças, baixo controle de qualidade na usinagem de peças "genéricas" pela própria ferrovia, capaz muitas vezes de usinar peças para vapores, ou mesmo diesel-elétricas, entretanto incapaz de trabalhar com a mecânica fina e de precisão de uma diesel-hidráulica. Foi o caso das Krauss-Maffei ML 4000 da Companhia Vale do Rio Doce e da Estrada de ferro que liga Vitória a Minas Gerais e da Southern Pacific Railroad.
Atualmente, as tecnologias de transmissão em corrente alternada tornaram-se mais eficientes que a diesel-hidráulica. Entretanto, houve somente cinquenta anos de desenvolvimento da tecnologia diesel-elétrica, além de só ser possível com o uso de computadores.