Síndrome de Cushing
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A síndrome de Cushing, também conhecida como hipercortisolismo ou hiperadrenocorticismo, consiste em um conjunto de sinais e sintomas provocados por uma desordem endócrina causada por níveis elevados de glicocorticoides, especialmente cortisol, no sangue.[1][2] Os sinais e sintomas podem incluir: hipertensão arterial, obesidade centrípeta, estrias avermelhadas e arroxeadas no abdome e raiz dos membros, atrofia e fraqueza muscular em membros, equimoses, face arredondada ("face de lua cheia"), acne, excesso de gordura entre os ombros e acima das clavículas, ossos frágeis, pele frágil e fina.[3][4] As mulheres podem ter excesso de pêlos faciais e menstruação irregular. Ocasionalmente, pode haver mudanças de humor, dores de cabeça e uma sensação crônica de cansaço.[5]
Síndrome de Cushing | |
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Aspecto de mulher com quadro de Síndrome de Cushing iatrogênica 3 meses após tratamento com fluticasona nasal. Nota-se a face arredondada ("face de lua cheia"), hirsutismo e acne. | |
Especialidade | endocrinologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | E24 |
CID-9 | 255.0 |
CID-11 | 1654321425 |
DiseasesDB | 3242 |
MedlinePlus | 000410 |
eMedicine | med/485 |
MeSH | D003480 |
Leia o aviso médico |
A síndrome pode ter causas exógenas ou endógenas. No primeiro tipo, caracterizado como síndrome de Cushing iatrogênica, a desordem é provocada pelo uso excessivo ou prolongado de corticosteroides, como a prednisona. No segundo tipo, ela pode ser classificada como ACTH-independente — quando desencadeada por tumores da glândula adrenal — e ACTH-dependente — quando desencadeada por tumores hipofisários ou extra-hipofisários.[6][7][8] A chamada doença de Cushing refere-se especificamente aos casos ACTH-dependentes causados por adenomas de hipófise, sendo a segunda causa mais comum da síndrome, após a iatrogênica.[1][9][10] Os outros tipos de tumor que podem desencadear essa condição são aqueles associados a doenças hereditárias, como a neoplasia endócrina múltipla do tipo 1 e o complexo de Carney.[1][11][12] O diagnóstico requer uma série de passos: verificar os medicamentos que o paciente utiliza e medir os níveis séricos após teste de supressão com dexametasona. Se os valores do teste estiverem alterados, mensura-se o cortisol salivar e, caso os níveis permaneçam altos, realiza-se o teste de estimulação com ACTH, para confirmar ou descartar envolvimento hipofisário.[13]
A maioria dos casos tem tratamento e podem ser curados.[14] A síndrome iatrogênica pode resolver-se com a descontinuação gradual da medicação em uso.[15] Se for causada por um tumor, o tratamento pode requerer uma combinação de cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia. Todavia, se houver comprometimento da hipófise, pode ser necessário o uso de medicamentos para suprir a função perdida. Com o tratamento, a expectativa de vida é geralmente normal.[14]
Cerca de duas a três pessoas em cada milhão são afetadas pela síndrome de Cushing a cada ano.[12] A faixa etária mais comumente acometida é a dos 20 aos 50 anos de idade, sendo que as mulheres tem três vezes mais chances de desenvolver a síndrome do que os homens.[1][12] A síndrome de Cushing foi descrita pela primeira vez por Harvey Cushing, em 1932, e também pode ocorrer em outros animais, como cães, gatos e equinos.[16][17][18][19]