Eleição legislativa da França em 2022
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As eleições legislativas francesas de 2022 foram realizadas em 12 e 19 de junho de 2022 para eleger os 577 deputados da 15ª legislatura da Assembleia Nacional.[1] O sistema eleitoral adotado é majoritário, se organiza em dois turnos e permite a todos os candidatos que obtenham mais de 12,5% dos votos dos eleitores totais inscritos possam concorrer na segunda volta.
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Comparecimento | 1.ª volta - 47.51 1,19
2.ª volta - 46.23 3,59 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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As eleições ocorreram poucas semanas após as eleições presidenciais de 2022, que deram nova vitória a Emmanuel Macron.[2]
A maioria presidencial de Emmanuel Macron sofreu forte recuo, perdendo a maioria absoluta, face ao desempenho da Nova União Popular Ecologista e Social, coligação de diversos partidos de esquerda (França Insubmissa, Partido Socialista, Europa Ecologia - Os Verdes, Partido Comunista Francês, entre outros), liderada por Jean-Luc Mélenchon e do Reagrupamento Nacional, liderado por Marine Le Pen.[3]
Os resultados deram a vitória à aliança da maioria presidencial de Emmanuel Macron. Apesar de terem vencido, os partidos da aliança de Macron perderam no entanto a maioria absoluta, sendo a primeira vez desde 2002 que o presidente não detêm a maioria absoluta no parlamento.[4] Estes resultados foram considerados um choque para o govêrno: a primeira-ministra Élisabeth Borne afirmou que eles "são um risco para o país face aos desafios atuais".[4]
O parceiro natural do govêrno para uma maioria parlamentar seria Os Republicanos, partido tradicional do centro-direita francês, que se viu reduzido aos seus piores resultados ao conseguir pouco mais de 60 deputados. No entanto, Christian Jacob, líder dos Republicanos, já anunciou que não pretende participar de uma aliança de governo com Macron, o que significa que a aliança presidencial não terá maioria no parlamento.[5][6]
A coligação da esquerda francesa, a Nova União Popular Ecologista e Social, tornou-se a segunda força política ao conseguir mais de 30% dos votos (na 2.ª volta) e eleger mais de 130 deputados. Apesar destes resultados significarem a reentrada da esquerda no panorama política francês, Jean-Luc Mélenchon, líder da NUPES, classificou os resultados como "desapontantes". Isto porque o resultado da NUPES ficou abaixo dos previstos nas sondagens, que chegaram a prever cerca de 200 deputados para a aliança.[7][7]
O Reagrupamento Nacional, liderado por Marine Le Pen, foi a grande surpresa destas eleições. Batendo todas as expectativas e sondagens, os nacionalistas conseguiram cerca de 18% dos votos e conquistaram 89 deputados, o melhor resultado da história do partido e, também, o melhor resultado de um movimento de extrema-direita desde o início da Quinta República Francesa em 1958.[8][9] Este número de deputados irá permitir ao RN ser o principal grupo parlamentar de oposição, visto que os partidos da NUPES irão cada um formar o seu grupo parlamentar.[10]