Eleições legislativas portuguesas de 1983
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As eleições legislativas portuguesas de 1983 foram realizadas no dia 25 de abril de 1983. As últimas eleições tinham sido realizadas a 5 de outubro de 1980 que deram uma vitória à Aliança Democrática liderada por Francisco Sá Carneiro.
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250 lugares da Assembleia da República 125 assentos necessários para maioria | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Comparecimento | 77.79 6.15 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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Contudo, em dezembro de 1980, Sá Carneiro e Amaro da Costa (Ministro da Defesa) morreram num trágico acidente em Camarate.[1] As mortes de duas das maiores figuras da AD iriam pôr em causa a coesão da coligação. Francisco Pinto Balsemão viria a ser indigitado Primeiro-Ministro em janeiro de 1981 mas nunca viria a ser um líder consensual, sofrendo uma forte oposição interna e com vários ministros a se demitirem ao longo do seu governo.[2] Para além disso, a política de direita seguida por Balsemão sofria uma forte contestação pelos partidos da oposição, com especial destaque para o PCP. Uma greve geral em fevereiro de 1982 convocada pela CGTP (sindicato afeto aos comunistas) iria abalar por completo o governo.[3]
As demissões de ministros sucederam-se até que o próprio Pinto Balsemão apresenta a sua demissão de Primeiro-Ministro em dezembro de 1982, após as eleições autárquicas desse ano.[4] O presidente Ramalho Eanes decide em consequência convocar eleições antecipadas em janeiro de 1983, após rejeitar um novo governo da AD.[5]
Nestas eleições, o Partido Socialista era o vencedor ao obter uma maioria relativa ao conseguir 36,1% dos votos e 101 deputados. O PSD, após o fim da AD, conseguia 27,2% dos votos e 75 deputados. A APU, liderada pelos comunistas, conseguia um ligeiro aumento da sua votação ao obter 18,1% e 44 deputados, enquanto o CDS obtinha um mau resultado ao perder 16 deputados e ficar-se pelos 12,6% e 30 deputados. Por fim, destacar a perda do único deputado da União Democrática Popular. Estas eleições marcavam o início da bipolarização da política nacional entre PS e PSD.
Após as eleições e sem uma maioria clara, Mário Soares, líder socialista, decide formar um governo com o PSD, uma coligação que ficaria conhecida como Bloco Central.[6] Apesar da ampla maioria parlamentar, o governo PS-PSD só iria durar dois anos devido à grande oposição de várias figuras destacadas de ambos os partidos a este governo, sobretudo do PSD.[6]