I. L. Peretz
Escritor, poeta e teatrólogo em língua iídiche / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Isaac Leib Peretz (em polonês/polaco: Icchok Lejbusz Perec, em hebraico: יצחק־לייבוש פרץ) (18 de maio de 1852 – 3 de abril de 1915), também grafado às vezes como Yitskhok Leybush Peretz, mais conhecido como I. L. Peretz, foi um escritor, poeta e teatrólogo de língua iídiche da Polônia. Peretz, Mendele Mocher Sefarim e Sholem Aleichem são considerados os três grandes escritores clássicos em língua iídiche. Sol Liptzin escreveu: "Yitzkhok Leibush Peretz foi o grande despertador dos judeus de língua iídiche, e Sholem Aleichem seu consolador... Peretz despertou em seus leitores a vontade de autoemancipação, a vontade de resistência..."
Peretz rejeitou o universalismo cultural, vendo o mundo como composto de diferentes nações, cada uma com seu próprio caráter. Liptzin comenta que "Cada povo é visto por ele como um povo escolhido..."; ele viu como seu papel de escritor judeu exprimir "ideais judaicos... baseados na tradição judaica e história judaica."
Ao contrário de outros Maskilim, tinha grande respeito pelos judeus chassídicos por seu modo de ser no mundo; ao mesmo tempo, entendia a necessidade de levar em conta a fragilidade humana. Seus contos como "E Talvez Mais Alto", "Cabalistas" e "À Cabeceira do Moribundo" enfatizam a importância da devoção sincera, em vez da religiosidade vazia.[1]
Segundo J. Guinsburg, organizador e tradutor para o português de uma coletânea de contos de Peretz, "Peretz pode ser considerado como o verdadeiro modernizador da literatura iídiche. Não só porque, através de sua pena, ela ecoou conscientemente o tema social e socialista ou porque se abriu às estéticas literárias da Europa. Romântico, realista, simbolista, impressionista, admirador de Heine, Hamsun, Ibsen, Tchekhov, Górki e tantos outros poloneses, franceses, alemães, foi ele sobretudo o homem que instituiu o indivíduo, a subjetividade, a emoção pessoal, a análise psicológica e mesmo intimista, em uma literatura que até então não fora muito além do tipo, do esboço coletivo, da análise de costumes, da redução do real ao objetivo, ao externo."[2]
Segundo Mônica de Gouveia, "Peretz não era um poeta popular inocente, nem um seguidor do Hassidismo, mas incorporou o elemento popular e a religiosidade às suas próprias crenças e pontos de vista. Ele impôs sua própria experiência sobre este material popular e tradicional, modulando-o conforme sua expressão estética."[3]