Lista de primatas do Brasil
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O Brasil é o país com o maior número de primatas conhecidos. Excluindo o ser humano, são cerca de 118 espécies distribuídas em 4 famílias e 19 gêneros.[1][nota 1] Muitas espécies foram descobertas recentemente, e cerca de 10 foram descritas desde 1995.[1] Mesmo em áreas muito fragmentadas, como na Mata Atlântica, espécies novas foram descritas, como o mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara) e duas espécies de guigó, Callicebus coimbrai e Callicebus barbarabrownae, todas descritas na década de 1990.[4][5] Todas as famílias e quase todos os gêneros de espécies de primatas americanos ocorrem no Brasil (apenas o gênero Oreonax não ocorre no Brasil, sendo endêmico do Peru), e alguns gêneros e linguas, como Leontopithecus, Brachyteles, Callibella, Callithrix são endêmicos do país.[1] Taxonomicamente, todos os macacos brasileiros são Platyrrhini (enquanto os humanos são os únicos Catarrhini da América). A classificação dos primatas brasileiros é a seguinte:[1]
- Subfamília Atelinae: macacos-aranhas, macacos-barrigudo e muriquis
- Família Cebidae
- Subfamília Cebinae: macacos-pregos
- Subfamília Saimiriinae: macacos-de-cheiro
- Família Callitrichidae:saguis e micos-leões
- Família Pitheciidae
- Subfamília Callicebinae: sauás ou guigós
- Subfamília Pitheciinae: parauaçus, cuxiús e uacaris
O bioma que mais possui espécies de primatas no Brasil é a Amazônia, com cerca de 92 espécies registradas.[1] A Mata Atlântica vem em seguida, com 24 espécies.[1] O Cerrado e o Pantanal possuem 5 espécies, a Caatinga, possui 7, e somente uma espécie ocorre no Pampa gaúcho.[1] Algumas espécies possuem distribuição geográfica muito restrita, como observado com várias espécies de saguis e os micos-leões. As espécies do gênero Sapajus (macacos-pregos) possuem as distribuições geográficas mais amplas, assim como os bugios, sendo que Alouatta caraya possui a distribuição geográfica mais ampla de todos os macacos brasileiros. Em contrapartida, o mico-leão-de-cara-preta possui a menor área de ocorrência nativa conhecida, ocorrendo exclusivamente no litoral norte do Paraná e partes do litoral sul de São Paulo. Outras espécies tiveram a ocorrência radicalmente reduzida por conta de alterações no habitat, como observado no mico-leão-preto e no mico-leão-dourado.
Todos os macacos brasileiros possuem hábito arborícola e não excedem, geralmente, mais do que 10 kg de peso.[1] Os muriquis são os maiores primatas não-humanos brasileiros, possuindo até 13 kg de peso, mas usualmente, pesam cerca de 9 kg. Os macacos-aranhas e os bugios vêm em segundo lugar como os maiores macacos do país, tendo entre 6 e 10 kg de peso. Os saguis são os menores macacos, inclusive do mundo, e o sagui-leãozinho (Cebuella pygmae) não excede 165 g, sendo o menor primata do Brasil.
Diversas espécies brasileiras encontram-se em risco de extinção, segundo a IUCN, o ICMBio e o MMA. O ICMBio e o MMA, em sua lista de animais ameaçados do Brasil de 2014, considera que 35 espécies e subespécies de primatas estão ameaçadas de extinção no país, a maior parte na Mata Atlântica.[6] Esse número aumentou significativamente comparado a lista anterior de 2003.[7][nota 2] As espécies de maior porte, como as da subfamília Atelinae, são as que correm maior risco, e todas dessa categoria taxonômica encontram-se em algum grau de ameaça.[7] Algumas espécies não estão em grave risco de extinção, mas algumas subespécies estão em grave risco, como observado com Alouatta guariba, que é considerado como estado "pouco preocupante" pela IUCN, as a subespécie Alouatta guariba guariba está na eminência de se tornar extinta.[7][8] A destruição do habitat, principalmente devido a substituição por campos cultivados e extração de madeira, é a principal ameaça à sobrevivência dos primatas brasileiros.[7] A caça ilegal, seja como alimento ou para comércio ilegal de animais silvestres também é uma grave ameaça.[7] A caça é particularmente destrutiva em populações fragmentadas e isoladas, o que é uma constante na Mata Atlântica.[7]
A criação de unidades de conservação são iniciativas importantes na preservação das espécies de primatas brasileiros. A criação de reservas particulares também têm sido importantes na preservação de algumas espécies, como o muriqui-do-norte.[7] Outras espécies possuem apoio muito mais amplo na preservação, como é o caso do mico-leão-dourado, do mico-leão-preto e do mico-leão-de-cara-preta.[7]
A seguinte lista foi baseada em Paglia et al (2012).[1] A classificação das famílias e subfamílias foi baseada no Mammals Species of the World.[2]