Caso Odebrecht no Peru
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O caso Odebrecht no Peru refere-se ao prolongamento neste país do escândalo de corrupção protagonizada pela empresa construtora brasileira Odebrecht (atual Novonor), que tem envolvido a vários políticos, servidores públicos e empresários na recepção de suborno para favorecer a dita empresa na licitação de obras públicas (suborno, colusión e tráfico de influências), bem como na entrega de dinheiro ilícito a favor das campanhas eleitorais de diversos candidatos presidenciais (lavagem de activos). Tem ocasionado graves consequências no ambiente político e empresarial no Peru. Quatro ex-presidentes da República acham-se comprometidos no caso:
- Alejandro Toledo Manrique encontra-se prófugo, nos Estados Unidos, com ordem de captura internacional, por tráfico de influências, conluio e lavagem de activos (acusado de receber uma propina de 20 milhões de dólares para favorecer a Odebrecht na licitação da Estrada Interoceánica).
- Alan García achava-se com impedimento de saída do país e baixo investigação pela suposta corrupção que ocorreu baixo seu segundo governo com respeito à obra da Linha 1 do metro de Lima. Tentou pedir asilo político ao governo de Uruguai, em cuja embaixada em Lima esteve hospedado durante duas semanas, ao se considerar um perseguido político. Mas o governo uruguaio recusou seu pedido, ao considerar que no Peru tinha plena independência dos poderes do Estado. Posteriormente, quando se ordenou sua detenção preliminar por dez dias, no dia 17 de abril do 2019, García se disparou na cabeça, no momento em que agentes e um promotor tinham ido a sua moradia cumprir com a ordem judicial. Faleceu horas depois, depois de sofrer três desempregos cardiorrespiratorios.
- Ollanta Humala acha-se com liberdade restringida por lavagem de activos, depois de ter estado nove meses com prisão preventiva (arguido de receber, junto com sua esposa Nadine Heredia, dinheiro ilícito para financiar suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011).
- Pedro Pablo Kuczynski acha-se detido preliminarmente por 10 dias por suposta lavagem de activos quando foi ministro de Estado no governo de Toledo. Actualmente acha-se internado numa clínica, onde foi por um problema cardíaco, justo quando se ia iniciar a audiência que decidiria sua prisão preventiva por 36 meses. Foi durante o exercício de seu governo (2016-2018) quando se revelou que sua empresa individual tinha feito consultorias a empresas relacionadas com Odebrecht na época em que foi Ministro de Estado (2004-2006), o que acentuou a crise política, propiciada pela maioritária oposição fujimorista no Congresso. Foi submetido a dois processos para ser afastado do cargo de presidente da República, por incapacidade moral permanente (isto último, segundo seus acusadores, por ter mentido reiteradamente sobre sua relação trabalhista com Odebrecht, e por suposto conflito de interesses quando foi ministro durante a gestão de Toledo). Finalmente, viu-se obrigado a renunciar à presidência, depois de revelar-se que suas allegados tinham tentado comprar a vontade de congressistas da oposição para favorecer na votação no Congresso pela vacancia.
A tradução deste artigo está abaixo da qualidade média aceitável. (Setembro de 2021) |
Também têm sido envolvidos três ex presidentes regionais por recepção de coimas (Félix Moreno, César Álvarez e Jorge Acurio, o primeiro prófugo com ordem de captura, e os dois restantes com prisão preventiva); a ex prefeita de Lima Susana Villarán (pesquisada por receber dinheiro ilícito em três casos: a campanha do Não à Revocatoria, sua campanha para a reeleição e por Rotas de Lima) com seus ex gerentes José Miguel Castro e Gabriel Prado Ramos; os ex ministros Mariano González, Enrique Cornejo, Luis Nava Guibert, Carlos Paredes, Jaime Yoshiyama e Augusto Bedoya Cámere, o ex Presidente do Congresso, Luis Alva Castro; os donos das contratadoras maiores do Peru (Graña e Montero, JJ Camet, ICGSSA, etc.); servidores públicos do Ministério de Transportes e Comunicações do governo de Toledo de 2001-2006 (pelo caso da Interoceánica), do governo aprista de 2006-2011 (pelo caso do trecho 2 da Linha 1 do Metro de Lima) e do governo de Humala de 2011-2016 (Caso Clube da construção); Congressistas da República de diversos partidos como Hildebrando Tapia, Juan Carlos Eguren, Virgilio Acuña, etc ; empresários pertencentes à classe alta de Lima como o advogado José Zaragozá, o ex-presidente do Clube Regatas Lima, Gustavo Salazar, o ex-director de Petro-Peru, Miguel Atala, a banquera internacional, Susana da Ponte, o director do diário O Comércio, José Graña, o empresário israelita, Josef Maiman e o ex-presidente da CONFIEP, Ricardo Briceño. Tambem foram envolvidos a presidenta do partido Força Popular, Keiko Fujimori e outros membros da cúpula de seu partido, como os assessores Ana Herz, Pier Figari e Vicente Silva Checa; bem como dois dirigentes do Partido Popular Cristiano: sua ex presidenta Lourdes Flores (por supostos contribuas recebidos nas eleições eleitorais do 2006 e 2010); e o árbitro em litigios empresariais Horacio Cánepa (quem falhou a favor da empresa em várias oportunidades prejudicando ao Estado).