Eleições legislativas portuguesas de 1987
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As eleições legislativas portuguesas de 1987 foram realizadas no dia 19 de julho. Estas eleições foram provocadas após uma moção de censura apresentada pelo PRD ter sido aprovada com o apoio do PS e do PCP e assim retirando a maioria parlamentar ao PSD, liderado por Cavaco Silva, e ao CDS.[1] O presidente Mário Soares rejeitou a proposta para dar posse a um governo formado pela maioria PS-PCP-PRD e convocava eleições antecipadas.
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250 lugares da Assembleia da República 125 assentos necessários para maioria | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Comparecimento | 71.57 2.59 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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O PSD de Cavaco Silva foi absolutamente arrasador ao obter a primeira maioria absoluta da sua história ao conseguir mais de 50% dos votos e 148 dos 250 deputados.[2] Esta vitória superou as expectativas mais otimistas do partido e, marcava o início de uma era que ficou por um forte crescimento económico após a entrada de Portugal na CEE em 1986.[2]
O PS, liderado por um pouco conhecido Vitor Constâncio, conseguia um ligeiro aumento da sua votação ao obter 22,2% dos votos e 60 deputados. Esta pequena subida dos socialistas em muito explica-se pelo declínio do PCP e pela queda do PRD.[3]
O PCP, agora concorrendo na Coligação Democrática Unitária (CDU) ao lado do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), continua a perder terreno e ficava-se pelos 12% e 31 deputados.[3]
O grande derrotado da noite foi o PRD, o instigador da crise política vivida em 1987. O partido ficava reduzido a 7 deputados e conseguia pouco mais de 4% dos votos. Este resultado marcava o fim do partido no panorama político.[3]
O CDS também obteve um resultado catastrófico, sendo prejudicado pela grande vitória do PSD que capturou muito do eleitoral tradicional dos centristas. O CDS ficava-se pelos 4,4% e apenas 4 deputados, à época o pior resultado de sempre.[3] Ficou popular a expressão "Partido do Táxi" ao descrever o estado a que o CDS via-se reduzido.[4]
Os resultados das eleições[5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][18], assim como das eleições europeias, foram transmitidos em direto pela RTP1, a partir das 19 horas do dia 19 de julho até às 2 horas do dia 20, com a apresentação de José Eduardo Moniz e Henrique Garcia, em direto dos estúdios da RTP, em Lisboa, tendo como convidados em estúdio Jaime Nogueira Pinto, diretor d'"O Século", Vicente Jorge Silva, diretor-adjunto do "Expresso", Fernanda Mestrinho, Eduardo Prado Coelho e Manuel Teixeira, analistas políticos, Jorge de Sá e Bettencourt da Câmara, sociólogos, António Perez Metelo, jornalista de assuntos económicos na RTP, Manuela Silva e e Jorge Braga de Macedo, economistas. Para além disso, a emissão contou em directo com a presença de Cesário Borga na sede do Partido Social Democrata, Judite de Sousa na sede do Partido Socialista, Luís Pinto Enes na sede do Coligação Democrática Unitária, Carlos Fino na sede do Partido Renovador Democrático e Vítor Hugo na sede do Centro Democrático Social. A emissão foi intercalada com atuações artísticas e musicais, sínteses de notícias com Dina Aguiar e um concurso musical apresentado por Carlos Cruz nos estúdio do Lumiar com Ângelo Correia (PSD), Gomes de Pinho (CDS), Miguel Galvão Teles (PRD), Lopes Cardoso (PS) e Silveira Ramos (MDP).
A emissão foi, também, transmitida em direto, pela primeira vez, nos Estados Unidos a partir da Portuguese Broadcasting Company, em Newark (Nova Jérsia), Rhode Island e New Bedford (Massachusetts)[7]. Na RTP2, a emissão especial do Jornal das 9 foi intercalada com outros programas[19].