Iúçufe I de Granada
sultão de Granada / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Iúçufe I[1][2][3][4][5] ou Yusuf I[6][7][8] (29 de julho de 1318 - 19 de outubro de 1354), nascido Abu Alhajaje Iúçufe ibne Ismail (em árabe: أبو الحجاج يوسف بن إسماعيل; romaniz.:Abu al-Hajjaj Iusuf ibn Ismail) e chamado pelo nome real de Almuaiade Bilá (em árabe: المؤيد بالله; romaniz.:al-Muayyad billah, lit. "Aquele que é ajudado por Deus"),[9] foi o sétimo sultão do Reino Nacérida de Granada, na Península Ibérica. Terceiro filho de Ismail I (r. 1314–1322), foi governou entre 1333 e 1354, depois que seu irmão Maomé IV (r. 1325–1333) foi assassinado por dois oficiais revoltosos do exército, seja por vingança ao destino de seu pai, ou pela política amigável do sultão para com os cristãos.
Iúçufe I | |
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Almuaiade Bilá | |
Dinar de Iúçufe | |
Sultão de Granada | |
Reinado | 1333–1354 |
Consorte de |
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Antecessor(a) | Maomé IV |
Sucessor(a) | Maomé V |
Nascimento | 29 de junho de 1318 |
Alhambra, Granada | |
Morte | 19 de outubro de 1354 |
Alhambra, Granada | |
Descendência | |
Dinastia | nacérida |
Pai | Ismail I |
Mãe | Baar |
Religião | Islamismo |
Chegando ao trono aos quinze anos, foi inicialmente tratado como menor e recebeu apenas poderes limitados de seus ministros e de sua avó Fátima. Em fevereiro de 1334, seus representantes conseguiram um tratado de paz de quatro anos com os vizinhos de Granada, Castela e o Império Merínida e ao qual Aragão se juntou em maio. Depois de ganhar mais controle do governo, em 1338 ou 1340 expulsou a família Banu Abi Alulá, que planejou o assassinato de seu irmão e era a líder dos Voluntários da Fé - soldados norte-africanos que lutaram por Granada. Depois que o tratado expirou, se aliou ao merínida Alboácem Ali ibne Otomão (r. 1331–1348) contra Afonso XI (r. 1312–1350). Depois de obter uma importante vitória naval em abril de 1340, a aliança merínido-granadina foi derrotada de forma decisiva em 30 de outubro, na desastrosa Batalha do Salado. Em suas consequências, Iúçufe foi incapaz de impedir Castela de tomar vários castelos e cidades de seu país, incluindo Alcalá de Benzaide, Locubín, Priego e Benamejí. Em 1342–1344, Afonso XI sitiou o porto estratégico de Algeciras. Iúçufe liderou suas tropas em ataques alternativos ao território castelhano e, mais tarde, enfrentou o exército sitiante, mas a cidade caiu em março de 1344. Seguiu-se um tratado de paz de dez anos com Castela.
Em 1349, Afonso XI quebrou o tratado e invadiu novamente, sitiando Gibraltar. Iúçufe foi responsável pelo abastecimento do porto sitiado e liderou contra-ataques a Castela. O cerco foi levantado quando Afonso XI morreu de Peste Negra em março de 1350. Por respeito, Iúçufe ordenou que seus comandantes não atacassem o exército castelhano enquanto se retiravam dos territórios granadinos carregando o corpo de seu rei. Assinou um tratado com o filho de Afonso e sucessor Pedro I (r. 1350–1366), até mesmo enviando suas tropas para reprimir uma rebelião doméstica contra o rei castelhano, conforme exigido pelo tratado. Sua relação com os merínida se deteriorou quando forneceu refúgio aos irmãos rebeldes do sultão Abu Inane Faris (r. 1348–1358). Foi assassinado por um louco enquanto orava na Grande Mesquita de Granada, no dia de Eid al-Fitr, 19 de outubro de 1354.
Em contraste com as perdas militares e territoriais sofridas durante seu reinado, o reino floresceu nos campos da literatura, arquitetura, medicina e direito. Entre outras novas construções, construiu a Madraça Iuçúfia dentro da cidade de Granada, bem como a Torre da Justiça e vários acréscimos ao Palácio de Comares de Alhambra. Grandes figuras culturais serviram em sua corte, incluindo o hájibe Abu Nuaim Riduão, bem como o poeta Ibne Aljaiabe e o polímata ibne Alcatibe, que consecutivamente serviram como seus vizires. Os historiadores modernos consideram seu reinado, e o de seu filho Maomé V (r. 1354–1359, 1362–1391), como a era de ouro do reino.