Magnetosfera de Júpiter
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A magnetosfera de Júpiter é a cavidade criada dentro do vento solar pelo campo magnético do planeta. Estendendo-se por sete milhões de quilômetros no sentido do Sol e quase até a órbita de Saturno, no sentido oposto, a magnetosfera jupiteriana é a maior e mais forte magnetosfera planetária do Sistema Solar, e por volume a segunda maior estrutura contínua dentro do Sistema Solar, atrás somente da heliosfera. Mais larga e achatada do que a magnetosfera terrestre, a magnetosfera jupiteriana é mais forte do que a terrestre por uma ordem de magnitude, enquanto que seu momento magnético é 18 mil vezes maior. Cientistas predisseram a existência do campo magnético jupiteriano no final da década de 1950, através das emissões de rádio vindas do planeta e ele foi diretamente observado, pela primeira vez, pela sonda Pioneer 10, em 1973.
Modelo da magnetosfera jupiteriana | |
Descoberta[1] | |
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Descoberto por | Pioneer 10 |
Descoberto em | 1973 |
Campo interno[2][3][4] | |
Raio de Júpiter | 71 492 km |
Momento magnético | 1,56 x 1020 T·m3 |
Força do campo equadorial | 428 μT (4.28 G) |
Inclinação dipolar | 10° |
Longitude do pólo magnético | 159° |
Período de rotação | 9 h 55 m 29,7 ± 0,1 s |
Parâmetros da magnetosfera[5][6][7] | |
Distância do bow shock | ~82 RJ |
Distância da magnetopausa | 50-100 RJ |
Comprimento do rabo magnético | ~ 5 UA |
Principais íons | O+, S+, H+ |
Fonte de íons | Io |
Carregamento de material | 1 000 kg/s |
Densidade máxima do plasma | 2 000 cm−3 |
Energia máxima das partículas | 100 MeV |
Parâmetros do vento solar[8] | |
Velocidade | 400 km/s |
Força do CMI | 1 nT |
Densidade | 0,4 cm−3 |
Aurora[9] | |
Espectro | Rádio, IR, UV e raios X |
Potência elétrica | 100 TW |
Frequência de emissões de rádio | 0,01 a 40 MHz |
O campo magnético jupiteriano é gerado por correntes elétricas no núcleo externo do planeta, que é composto de hidrogênio metálico líquido. Erupções vulcânicas em seu satélite Io ejetam grandes quantidades de dióxido de enxofre para o espaço, formando um grande toro em torno do planeta. As forças do campo magnético jupiteriano forçam o toro a girar com a mesma velocidade angular e direção que a rotação do planeta. O toro, por sua vez, carrega o campo magnético com plasma, no processo estendendo-o em uma estrutura em forma de panqueca chamada disco magnético. Com efeito, a magnetosfera jupiteriana é alimentada por plasma proveniente de Io e por sua própria rotação, em vez de pelo vento solar, como ocorre na magnetosfera terrestre. Fortes correntes na magnetosfera geram auroras permanentes nas regiões polares de Júpiter e emissões intensas de rádio e, como consequência, Júpiter pode ser visto como um pulsar de rádio bastante fraco. As auroras jupiterianas foram observadas em quase todas as partes do espectro eletromagnético, incluindo infravermelho, luz visível, ultravioleta e raios X.
A ação da magnetosfera jupiteriana atrai e acelera partículas, produzindo cinturões de radiação em torno do planeta, semelhantes aos cinturões de Van Allen da Terra, mas milhares de vezes mais poderosos. A interação das partículas energéticas com a superfície dos maiores satélites de Júpiter afeta bastante as propriedades químicas e físicas dos mesmos. Estas mesmas partículas também afetam e são afetadas pelo movimento das partículas dentro do sistema de anéis jupiterianos. Os cinturões de radiação representam um risco significativo para as naves e viajantes humanos ao espaço.