Engesa
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A Engesa (Engenheiros Especializados S.A.) foi uma empresa automobilística e bélica brasileira, sediada no estado de São Paulo, fundada em 1958 pelo engenheiro José Luiz Whitaker Ribeiro. Produzia jipes, caminhões, veículos fora de estrada, tratores e blindados para os mercados civil e militar. Seus veículos militares foram vendidos às Forças Armadas do Brasil e de mais dezoito países, especialmente do Oriente Médio, sendo até o século XXI empregados em conflitos. No seu auge, nos anos 70 e 80, a Engesa era conhecida como uma das "três grandes" da indústria bélica nacional, ao lado da Avibras e da Embraer,[6] mas não suportou a crise do setor no final da década de 1980, falindo em 1993.
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Engesa | |
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Razão social | Engenheiros Especializados S.A. |
Atividade | Defesa, Automobilística, Petrolífera |
Fundação | 1958 |
Fundador(es) | José Luiz Whitaker Ribeiro |
Encerramento | 1993 |
Sede | Santo Amaro, São Paulo, SP, Brasil[1] Alphaville, Barueri, SP, Brasil (após 1985)[2] |
Empregados | Máximo de 10 000 em todo o grupo (junho de 1987)[3] 11 000[4] |
Faturamento | Média anual de US$ 300 milhões (anos 80)[5] |
A partir de suas origens como fornecedora de peças para a indústria petrolífera, a Engesa passou à modificação de caminhões, fez contato com os militares e recebeu do Exército a tecnologia de dois blindados para que iniciasse sua produção, em 1972. Designados EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu, eram 6x6 sobre rodas com a suspensão "bumerangue" patenteada pela empresa. Como blindados relativamente simples e de baixo custo, eles foram sucessos de exportação no Terceiro Mundo, juntamente com o caminhão EE-25. Os contratos de exportação eram garantidos pela operação de canais informais de negociação, adaptação às exigências dos clientes e indiferença ao destino dado pelos compradores, vários dos quais tinham dificuldade em importar do Primeiro Mundo. Iraque e Líbia foram os maiores clientes.
A fórmula da Engesa combinava uma gestão ad hoc, a agressiva captação de recursos humanos, a proximidade das autoridades militares, diplomáticas e tecnocráticas da ditadura militar e o discurso de importância da empresa para a segurança nacional. Uma queda de vendas em 1981 quase a levou à falência. Nos anos seguintes diversificou suas atividades, entre elas a produção do jipe Engesa 4, seu mais conhecido produto civil, mas as linhas civis não recebiam tanta atenção da alta administração. A aquisição de subsidiárias levantou o número de empregados a seu ápice, cerca de dez mil, em meados da década. Buscou-se um salto tecnológico através do carro de combate EE-T1 Osório, construído principalmente com peças estrangeiras a fim de competir no mercado internacional de última geração.
Tais investimentos endividaram a empresa justamente quando a demanda internacional caía pelo fim da Guerra Irã-Iraque e da Guerra Fria e o apoio estatal brasileiro diminuía com a redemocratização. Suas dívidas só poderiam ser salvas com um grande contrato de venda do Osório, que nunca se concretizou. A Engesa já estava em estado pré-falimentar e perdendo credibilidade em 1988. Sua falência foi um marco na crise da indústria bélica e especialistas ainda discutem se e como poderia ter sido evitada; na época a direção culpava a conjuntura pela crise, enquanto analistas identificavam deficiências financeiras e administrativas, que não foram sanadas no período de ouro das exportações.