Populismo de direita
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Populismo de direita é uma ideologia política que combina ideais da direita política com uma retórica e temas populistas. De acordo com a definição do cientista político neerlandês Cas Mudde, o populismo é uma ideologia política que divide a sociedade em duas entidades homogêneas e antagônicas: o povo e as elites. Na perspectiva de direita, as elites políticas e o Estado são intrinsecamente corruptos e burocráticos,[1] portanto, há uma retórica que apela para os indivíduos que se identificam com políticas "anti-Estado" e com a visão de que indivíduos de outras tendências políticas são adversários (comumente associados com o globalismo ou a extrema-esquerda).[2][3]
Tal como o populismo de esquerda, o populismo de direita emprega sentimentos contra o elitismo, oposição ao Estabelecimento e um discurso que busca a simpatia de "pessoas comuns". No entanto, os populistas de direita concentram-se geralmente em questões culturais, afirmando frequentemente defender valores tradicionais e identidade nacional contra o progressismo e o multiculturalismo enquanto os populistas de esquerda empregam mais frequentemente argumentos econômicos e atacam o neoliberalismo e o papel das grandes corporações na sociedade.[2][4]
Frente a dilemas contemporâneos como as mudanças climáticas e o combate a pandemias, muitos populistas de direita se mantém antiambientalistas[5] e contrários a medidas como lockdowns e vacinação obrigatória.[6][7][8][9] A criminalidade também é uma pauta recorrente entre eles, com sua defesa da lei e ordem assumindo um caráter punitivista.[10]
Na Europa, o populismo de direita também se distingue do nacional-populismo pois, ainda que ambos tenham uma postura socialmente conservadora, eurocética[11] e crítica da imigração (especialmente de muçulmanos),[12] o nacional-populismo tende ao nacionalismo econômico[13][14][15] e ao bem-estarismo chauvinista,[16][17][18][19] rejeitando a globalização,[20][21] enquanto o populismo de direita rejeita o globalismo mas apoia políticas de livre mercado e conservadorismo fiscal.[22][23][24][25] Apesar das diferenças, é comum serem usados como sinônimos e descritos como totalitários.[26]
A partir dos anos 1990, partidos populistas de direita se estabeleceram nas legislaturas de várias democracias, como Canadá, Noruega, França, Israel, Polônia, Rússia, Romênia e Chile. Participaram de governos de coalizão na Suíça, Áustria, Países Baixos, Nova Zelândia e Itália.[27] Embora os movimentos de extrema-direita nos Estados Unidos tenham sido estudados separadamente, onde são normalmente chamados de "direitistas radicais", alguns autores consideram que eles são parte do mesmo fenômeno.[28] O populismo de direita é distinto do conservadorismo, mas vários partidos populistas de direita têm suas raízes em partidos políticos conservadores.[29] Muitos populistas de direita europeus no século XXI se mostram russófilos em suas campanhas políticas.[30]