Partido Comunista Português
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O Partido Comunista Português (PCP) é um partido político de inspiração marxista-leninista e socialista, organizado no molde do centralismo democrático. É um dos partidos comunistas mais fortes da Europa Ocidental e o mais antigo partido político português com existência ininterrupta.[6] O espectro político do PCP é definido como sendo de esquerda a extrema-esquerda. Desde 1987, concorre a quaisquer eleições nacionais, autárquicas e europeias em coligação com o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), reunidos na Coligação Democrática Unitária (CDU).
Partido Comunista Português | |
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Líder | Comité Central (Liderança Coletiva) |
Secretário-geral | Paulo Raimundo |
Líder parlamentar | Paula Santos |
Fundação | 6 de março de 1921 |
Registo | 26 de dezembro de 1974[1] |
Sede | Lisboa |
Ideologia | |
Espectro político | Esquerda[2][3] a extrema-esquerda[4] |
Publicação | Avante!, O Militante |
Ala de juventude | Juventude Comunista Portuguesa |
Braço armado | Ação Revolucionária Armada (1970-1973) |
Antecessor | Federação Maximalista Portuguesa |
Membros (2020) | 49 960[5] |
Afiliação nacional | CDU - Coligação Democrática Unitária |
Afiliação internacional | Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários
Seminário Comunista Internacional (extinto) |
Grupo no Parlamento Europeu | Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde |
Assembleia da República | 0000000000000004 4 / 230 |
Parlamento Europeu | 0000000000000002 2 / 21 |
Assembleia Legislativa da Madeira | 0000000000000001 1 / 47 |
Assembleia Legislativa dos Açores | 0000000000000000 0 / 57 |
Presidentes de Câmaras Municipais | 0000000000000018 18 / 308 |
Vereadores Municipais | 0000000000000148 148 / 2 074 |
Cores | Vermelho |
Hino | A Internacional |
Slogan | Liberdade, Democracia, Socialismo.
O futuro tem Partido. |
Sigla | PCP |
Símbolo eleitoral | |
Bandeira do partido | |
Página oficial | |
pcp.pt | |
O PCP tem deputados na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, onde integra o grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde.[7] Depois da morte do secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves, no campo de concentração do Tarrafal, o Partido passou por um período, de 1942 até 1961, sem secretário-geral. Em 1961, é eleito o líder histórico Álvaro Cunhal. Em 1992, é sucedido por Carlos Carvalhas, e em 2004 é Jerónimo de Sousa o escolhido pelo Comité Central para Secretário-Geral do PCP, até 2022, quando é eleito Paulo Raimundo para o cargo.[8]
O Partido foi fundado em 1921, e em 1922 estabeleceu contactos com a Internacional Comunista (Comintern), tornando-se em 1923 a secção Portuguesa do Comintern. Ilegalizado no fim dos anos 1920, o PCP teve um papel fundamental na oposição ao regime ditatorial conduzido por António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Durante as cinco décadas de ditadura, o PCP participou ativamente na oposição ao regime e era o Partido mais organizado e mais forte da oposição.[9] Foi suprimido constantemente pela polícia política, a PIDE, que obrigou os seus membros a viver clandestinamente, sob a ameaça de serem presos, torturados ou assassinados. A capacidade de adaptar a sua organização à conjuntura política interna e externa, e a capacidade de recuperação de uma organização política sujeita à frequente repressão e violência política, foram importantes fatores que garantiram a sua continuidade.[10] Após a revolução dos cravos, em 1974, os seus 36 membros do Comité Central de então já tinham, em conjunto, cumprido 308 anos de prisão.[11]
Após o fim da ditadura, o Partido tornou-se numa principal força política do novo regime democrático, mantendo o seu "papel de vanguarda ao serviço dos interesses de classe dos trabalhadores, do processo de transformação social, para a superação revolucionária do capitalismo"[12] a assumir o Marxismo-Leninismo como a sua base teórica, a concepção materialista e dialética do mundo como "instrumento de análise e guia para a acção, imprescindível para a interpretação do mundo e para a sua transformação revolucionária", a rutura com a política de direita, a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda e a realização do seu programa de uma "Democracia Avançada com os valores [da revolução] de Abril no futuro de Portugal, o socialismo e o comunismo".[13] O Partido é popular em vastos sectores da sociedade Portuguesa, particularmente nas áreas rurais do Alentejo e Ribatejo e áreas industrializadas como Lisboa e Setúbal, onde lidera vários municípios.[14]
O PCP publica o jornal semanário Avante!, fundado em 1931, e a revista bimensal O Militante. A sua ala jovem é a Juventude Comunista Portuguesa, membro da Federação Mundial da Juventude Democrática.